Jesus estava morto. A esperança do mundo estava inerte, sem respirar e pendurada numa cruz. Sexta-feira, o dia que marcara a morte de Jesus na cruz, era cinzenta, sem luz, sem brilho ou beleza: “E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o sol; e rasgou-se ao meio o véu do templo” (Lucas 23:44-45).

Este foi um momento muito triste e difícil para os discípulos, para todos aqueles que acreditavam no Messias, no Filho de Deus. Ver a morte dAquele que os poderia salvar da morte eterna era como acabar com toda a esperança de uma vida com propósito.

Todos nós sabemos, e cremos, que Jesus ressuscitou ao terceiro dia, no domingo, no entanto o que aconteceu no sábado?

Muitas vezes, na nossa vida, passamos por momentos de grande sofrimento. Fazendo uma analogia com a morte (sexta-feira) e ressurreição (domingo) de Cristo, sexta-feira representa uma perda inesperada, a morte de um sonho ou de uma esperança que tínhamos; domingo, por outro lado, representa o renascer dessa esperança, a cura da nossa dor. Mas não nos esqueçamos de sábado.

Para mim, sábado, quando visto pelos meus olhos carnais, é um tormento. É um dia que nunca mais acaba, porque deseja que domingo chegue. O sofrimento da perda que tivemos (seja esta perda uma pessoa, um sonho, um desejo, um emprego, etc.) é extremamente doloroso e, por vezes, parece que não vai terminar.

Mas o sofrimento de passar por sábado pode ser uma oportunidade para crescermos na nossa fé em Cristo. É importante vermos o sofrimento com outros olhos, com os olhos da nossa fé: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Romanos 8:18).

A nossa fé contém a esperança da vida eterna e que nela estamos livres de sofrimento, por isso, ao olharmos para a nossa dor com os olhos da fé, vamos estar sempre expectantes da nossa vida com Cristo e que este momento de sofrimento vai passar (II Coríntios 4:17-18 “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas”).

Quando temos uma mente centrada em Cristo (Colossenses 3:1-3) e consciente que esta vida é um vapor, temos esperança no sofrimento. Temos esperança que, passando a dor de sábado, iremos resplandecer a luz de domingo!

 

Salomé Silva

10/07/2021