A Primazia da Palavra de Deus
Quando o ser humano vive a experiência da paternidade/maternidade, rapidamente percebe que a educação representa um enorme desafio, que integra momentos de dúvida sobre que decisão ou ação tomar! Por vezes, ouvimos dizer que os filhos não vêm com livro de instruções. No entanto, Deus, o nosso Criador, deixou-nos um manual (chamado Bíblia), o qual tem instruções sobre tudo, incluindo princípios preciosos quanto à educação dos filhos. Cabe a cada pai / mãe colocar esses princípios em prática.
Na verdade, educar os filhos significa implantar princípios nos seus corações, passando ainda pelo treino de capacidades e desenvolvimento de valores, cuja melhor forma de implementar é o exemplo pela prática. É uma das responsabilidades que Deus deu aos pais e não é tarefa fácil, pelo que desengane-se quem julga que por ser pai/mãe de segunda, terceira e mais viagens, tal experiência lhe vai permitir saber perfeitamente como agir…A singularidade de cada filho irá ditar a diferenciação nas estratégias educativas, ainda que os valores que estão na base da educação sejam os mesmos, e decididos dentro de cada família, de modo mais ou menos consciente.
As crianças recebem influencias de tudo o que as rodeia, e não apenas dos seus pais, pelo que a primazia da Palavra de Deus é um fator de extrema importância para as famílias que amam, temem e servem (ou pretendem) servir a Deus.
Ser coerente
Outros fatores podem favorecer o enraizamento dos princípios transmitidos no lar, sendo a coerência, um desses fatores, ensinados na Bíblia, significando a conjugação do “falar” com o “agir”.
Prov. 22:17 diz: “ Inclina o teu ouvido e ouve as palavras dos sábios, e aplica o teu coração ao meu conhecimento”, demonstrando que dar ouvidos às palavras é o passo inicial do processo de aprendizagem mas depois é necessário passar à prática (aplicar o coração a esse conhecimento). Isto também se aplica na relação educativa pais / filhos, ou seja, os pais precisam ouvir a Palavra de Deus e aplicá-la no seu dia-a-dia, falando-a também a seus filhos que, por sua vez terão vontade de aplicá-la pela prática que observam a seus pais. Nada é mais impactante na educação dos filhos do que o comportamento dos próprios pais. Sem retirar o valor às palavras, estas fortalecem-se ou esvaziam-se, perdendo o sentido, se são ou não acompanhadas pela coerência dos atos. Deste modo, cada pai e mãe deve tomar com seriedade a posição que Deus lhe deu na família, buscando obedecer à Palavra e provando tal obediência pelos atos. Tal não significa ser perfeito, mas antes ser autêntico e ter a humildade de admitir o erro, quando este ocorre, corrigindo-se, sem medo de “dar parte fraca”.
Em I Timóteo 4, o apóstolo Paulo escrevia ao jovem Timóteo, a quem delegara que ensinasse os irmãos acerca das coisas de Deus. E nós pais, podemos aqui tomar um pouco desta posição de Timóteo, uma vez que também nos foi delegado por Deus que ensinemos a nossos filhos primeiramente a relacionarem-se com Deus, depois com os outros, sem esquecer nunca a relação consigo mesmos. Nesta carta a Timóteo, Paulo deixou bem clara qual a importância de provar as palavras com atos, quando no versículo 12 exorta: “mas sê o exemplo dos fieis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza (…)”. Tal como Timóteo foi exortado a ser o exemplo, também os pais precisam de ser o primeiro exemplo para seus filhos, mantendo a coerência, entre as suas palavras e os seus atos.
A educação tem a função de moldar (pensamentos e corações), e as ações revelam os princípios instalados, tal como lemos em Provérbios 20:11: ”Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra for pura e reta”. Deste modo, as ações das crianças revelam os princípios que agem nas suas vidas e o modo como são moldadas, tal como as ações dos pais comprovam ou não perante os filhos, a autenticidade das suas palavras enquanto agentes, credíveis e idóneos, no processo educativo.
Ações: provam ou invalidam as nossas palavras?
Refletindo, perguntemo-nos: as nossas ações provam ou invalidam as nossas palavras? A fé só é provada pelas ações, como lemos em Tiago 2: 17:” Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta”.
Que possamos manter viva a nossa fé nos nossos lares, com humildade para nos corrigirmos e firmeza para provar as palavras através dos atos. Sejamos pois, pais e mães coerentes, que transmitem a seus filhos os princípios de um Deus Único, com quem se relacionam, conduzindo os próprios filhos a uma relação pessoal com este maravilhoso Deus. Que as nossas obras sejam verdadeiros exemplos da nossa fé, junto de nossos filhos.